Uma cratera que foi identificada em 30 de julho no deserto do Atacama continua se expandido. O buraco, que inicialmente tinha 25 metros de diâmetro, dobrou essa medida, o que tem preocupado as autoridades locais do Chile. As informações são do portal G1.
Até o momento, não se sabe qual a origem da cratera. O Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin) informou no sábado (6) que ainda estava investigando o buraco, que fica próximo da mina de Alcaparrosa, na comuna chilena de Tierra Amarilla, operada pela empresa canadense Lundin Mining.
Como moradores da região enviaram para o Sernageomin imagens e relatos de que havia água em câmaras subterrâneas da mina, próxima do buraco, especialistas da entidade foram acionados para realizar uma análise. “Foi comprovada a presença de água em galerias, mas com situação controlada e bombas extratoras trabalham para normalizar a situação”, informou, no mesmo dia, o Serviço Nacional de Geologia e Mineração nas redes sociais.
As autoridades locais se mostraram preocupadas com a presença de água subterrânea. Isso poderia representar perigo de inundação da mina e fazer com que a terra ao redor se desestabilizasse, o que aumentaria os riscos para pessoas próximas da região. Além disso, o buraco poderia também se expandir mais ainda. Apesar dessa possibilidade, o Sernageomin garantiu que o fluxo de água está estável e sendo controlado pelas bombas extratoras.
O Serviço Nacional relatou em comunicado que nos próximos dias investigará as câmaras subterrâneas da mina para saber se há extração excessiva e descumprimento dos protocolos. Também será estudado se há alguma relação das atividades mineradoras com o surgimento da cratera.
Além do trabalho investigativo em campo, foi instaurado um Comitê Operativo de Emergências com profissionais ligados à mineração e geologia. O projeto tem como intuito atualizar a comunidade com as informações sobre o caso e planejar os próximos passos dos estudos que levarão a uma conclusão sobre a origem da cratera e à mitigação dos possíveis danos causados pelo aumento do tamanho da estrutura.
Por recomendação do Sernageomin, todas as atividades mineradoras nas proximidades do local foram interrompidas.
O Sernageomin também informou que estava trabalhando em um “processo de sanção”, mas não contou detalhes sobre o que a ação envolveria.
Registro de aumento de tamanho
Quando a cratera foi identificada, em 30 de julho, especialistas afirmaram que a estrutura tinha 200 metros de profundidade e 25 metros de diâmetro. Em 2 de agosto, uma nova análise revelou que houve um aumento de 7 metros no tamanho do diâmetro.
Um novo estudo do Sernageomin divulgado no sábado (6) demonstrou que, atualmente, o buraco está com 50 metros de diâmetro, o dobro do tamanho identificado inicialmente. Apesar disso, a profundidade da cratera não foi alterada.
Para efeitos de comparação, levando em conta as atuais medidas do buraco, ele conseguiria abrigar estruturas como o Arco do Triunfo da França (50 metros de comprimento), seis estátuas do Cristo Redentor (38 metros cada) ou a torre norte-americana Space Neadle (184 metros).
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