Um estudo recente realizado pela Escola de Medicina da Universidade de Zhejiang, na China, revelou que o uso regular da internet por pessoas na meia-idade pode reduzir significativamente o risco de demência. Segundo os pesquisadores, o efeito protetor é ainda mais pronunciado para aqueles que utilizam smartphones em vez de computadores.
Uma pesquisa publicada no Journal of Medical Internet Research mostrou que, ao longo de uma década, apenas 2,2% dos usuários frequentes da internet desenvolveram demência, em comparação com 5,3% dos não usuários. Os cientistas sugerem que a análise de grandes quantidades de informações online pode beneficiar o cérebro, enquanto o uso de mídias sociais pode ajudar a fortalecer a solidão, um fator de risco conhecido para o declínio cognitivo.
“O uso da internet tem o potencial de desacelerar o declínio cognitivo relacionado à idade. Pode melhorar a atenção, as habilidades psicomotoras e aumentar a reserva cognitiva. Além disso, atividades online podem criar um sentimento de pertencimento”, explicam os pesquisadores.
Atividades Mentais e Fatores de Prevenção
Os médicos já recomendam hábitos como exercícios regulares, uma dieta balanceada e consumo moderado de álcool para proteger contra a demência. Atividades mentais estimulantes, como quebra-cabeças e palavras cruzadas, também são consideradas benéficas. Agora, o uso da internet pode ser adicionado à lista de práticas que ajudam a preservar a saúde cognitiva.
As descobertas chinesas corroboram um estudo australiano que mostrou que homens com mais de 70 anos que navegam na internet reduziram o risco de Alzheimer em cerca de 50%.
Cenário Brasileiro e Projeções Futuras
No Brasil, cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais convive com demência, o que representa aproximadamente 2,7 milhões de casos, de acordo com o relatório Nacional sobre a Demência: Epidemiologia, (re )conhecimento e projeções futuras , divulgadas este ano pelo Ministério da Saúde. A estimativa é que esse número possa chegar a 5,6 milhões de casos até 2050.
Especialistas destacam que cerca de 45% dos casos de demência poderiam ser prevenidos ou retardados por meio da modificação de fatores de risco, como baixa escolaridade, perda auditiva, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, depressão, inatividade física e isolamento social.
Conclusão
Com o envelhecimento da população global, a busca por estratégias eficazes para prevenir o declínio cognitivo torna-se cada vez mais urgente. O uso da internet, aliado a hábitos saudáveis e atividades sociais, pode ser uma ferramenta valiosa nessa luta.
Comentários: